Vidas que se cruzam: entrega e amor

Ainda adolescente, Marisa Cristina Vieira deixa-se guiar pela sabedoria de uma pessoa querida. Seus olhos atentos observam cada ângulo daquele lugar tão sonhado, que há tempos ouvira dizer. Era como se já fosse seu, íntimo e único.

- Olha que linda imagem, filha.

Marisa estava diante do monumento de Nossa Senhora, na antiga Milícia da Imaculada, em Santo André- SP. Esta apresentação foi o maior presente de sua mãe. "O amor que ela tinha por Nossa Senhora me ajudou a descobrir a minha vocação, a preparar o terreno do meu coração, a estar sensível ao chamado de Deus."

De fato, é com dona Bernadete que Marisa aprende a rezar a consagração a Imaculada. No quarto, a filha tentara rezar a oração por várias vezes, mas sozinha não conseguia. Juntas, se consagram, mãe e filha. Elas estavam unidas por um único fio condutor: o amor incondicional a Virgem Maria.

Seguindo os passos da mãe, Marisa começa a trabalhar também na MI, participa do retiro e se torna membro oficial da associação mariana, missionária e kolbiana, por meio da consagração a Imaculada. Era início dos anos noventa.

Aparentemente, nada mudou; no coração da jovem, somente uma única certeza: sou de Maria, pertenço  a Ela, isto é, sou de Cristo. "A consagração me deu coragem para correr atrás do que eu queria, de conhecer a vontade de Deus para mim, de vencer a timidez, o medo."

A partir de então, Marisa começa a perceber o verdadeiro significado da palavra alegria. Esse sentimento tão buscado e também vivido, ganha novas proporções. Na Milícia, experimenta "a alegria de estar bem em um lugar, da amizade, de poder estar trabalhando para Nossa Senhora, de conhecê-la mais, de amá-la, de se formar".

Sendo assim, troca as baladas de sábado à noite pelo plantão telefônico na rádio. Ali rezava o terço, atendia o telefone, ouvia as pessoas, se doava. "O plantão chamava mais atenção, não que as outras coisas que vivia não me davam alegria, mas esta era maior."

Ela deixa-se guiar e educar, conhece o Instituto Missionárias da Imaculada-Padre Kolbe e aceita o convite de ir em missão por um mês, na Bolívia. Durante este tempo, percebe a riqueza da vida comunitária, "o quanto é feliz estar juntas em uma família, unidas por um mesmo ideal: rezar juntas, brincar juntas, estar juntas, sair em missão juntas".

Hoje, Marisa é uma consagrada do Instituto e afirma que o mais importante na descoberta vocacional é buscar um acompanhamento espiritual. "Se tivesse me escondido no meu medo, Deus não teria realizado tantas coisas. Eu tive quem me ajudasse. Pude seguir o caminho e vencer o meu próprio medo. Sozinho a gente não consegue."

Lourdes Crespan
Missionária da Imaculada-Padre Kolbe

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