De Fátima para o mundo

Neste dia de festa queremos partilhar uma mensagem do nosso Padre fundador:



Ao retornar de minha peregrinação, eu sentia uma luz nova preenchendo o meu espírito. Uma luz que guiaria cada vez mais o meu apostolado. Então, eu escrevia aqueles pensamentos que ligava Fátima com toda a vida e o ensinamento de São Maximiliano Kolbe.
 
“Ouvi, e talvez tenha compreendido, a linguagem de Fátima”.
 
Uma linguagem rica em mistério mesmo em sua profunda simplicidade, que meditei enquanto, respirando a paz daquelas terras remotas e hospitaleiras, eu entrava na casa dos três pastorzinhos, visitava a igreja onde se tornaram cristãos, observava os lugares das aparições do Anjo e orava prostrado no imenso recinto, gasto pelos pés descalços de milhões de peregrinos e consagrado pela presença da Rainha do Céu.
 
Maria conversou com os três pastorzinhos. Todavia, eu me perguntava: quem eram estes para que recebessem um tão grande privilégio? Bastaria ter encontrado algumas crianças daquelas regiões montanhosas para se fazer uma ideia de quanto eram pobres, ignorantes e sem a bagagem de cultura que se adquire somente em contato com a civilização, com o progresso e com a instrução.
 
Entretanto, mistério de uma psicologia divina, foi a eles que Maria entregou uma mensagem que contém profundas e fundamentais verdades de fé: o pecado, o inferno, a Santíssima Trindade, a consagração ao Coração Imaculado de Maria; e, ao mesmo tempo, agudos problemas da Igreja e da sociedade: a conversão da Rússia, a paz do mundo.

Mensagem que, atravessando as fronteiras da península ibérica, no intervalo de poucos anos se difundiu e se afirmou em todos os continentes, em todas as nações, inclusive nas mais remotas cidades e em vilarejos desconhecidos. Isso porque a Rainha do Céu, se comprazendo em entregar a sua mensagem de amor aos humildes e simples pastorzinhos de Fátima, não tinha a intenção de restringir e limitar uma ação que tem o caráter da universalidade. Ao contrário, procura suscitar um batalhão sem limites sem limites e sem medida de apóstolos generosos que, animados pelos mais puros ideais, consagrados ao Coração materno, saibam perpetuar no tempo, estender no espaço e comunicar a todos os corações a mensagem de chamamento, de perdão e de ressurreição.

À luz desses pensamentos, acho que compreendo o misterioso e providencial encontro entre a mensagem de Fátima e a resposta imediata, fiel, constante do apóstolo mariano que foi o Padre Maximiliano Kolbe.

Ele não se entregou todo à mãe celeste, desde a sua juventude, desejando apenas viver, trabalhar, sofrer e morrer por Ela? Não consagrou ao Coração de Maria a Milícia da Imaculada, Movimento por ele fundado a fim de difundir o reino de Cristo no mundo através de Sua mãe? Não construiu, para a difusão e conhecimento do culto mariano, a Cidade da Imaculada na Polônia e no Japão? Não apontou, como meta de conquista aos seus seguidores, a Rússia e todo o mundo?

Sim, eu o via assim, na vanguarda, preparando os seus planos apostólicos; vejo-o parando – em suas viagens da Polônia ao Japão – no próprio coração de Moscou, contemplando a fortaleza comunista e dizendo com a firmeza do profeta: “Não acreditamos estar longe, nem ser um puro sonho a chegada do grandioso dia em que a estátua da Imaculada pontificará, pela ação de seus Mílites, no próprio coração de Moscou”.
 
Eu o via traduzindo e imprimindo em língua russa o estatuto e as pautas da Milícia da Imaculada; via-o editando o seu jornal “O Cavaleiro da Imaculada” na Letônia e na Lituânia; via-o pronto para começar um Seminário nos Paises Bálticos, para que acolhesse muitas vocações e as preparasse ao apostolado na Rússia, conforme o espírito e os ideais da Milícia.
 
Enfim, eu o ouvia repetir, incansável, ao infinito, como um testamento: “Propaguem a Milícia até as últimas fronteiras da terra, porque a causa é santa, é vontade da divina mãe”.
O que é que eu podia fazer, imerso na onda de tanta luz divina? Agradeci à Imaculada por nos ter concedido em Maximiliano Kolbe um apóstolo apaixonado, que soube responder à mensagem de Fátima. Eu lhe agradeci por ter-nos chamado a seguir suas pegadas através da sua Milícia da Imaculada e a través do Instituto “Missionárias e Missionários da Imaculada Padre Kolbe”.

E pedi àquele coração materno que nos transformasse em “coisa e propriedade” sua, em tudo, sem limites, para sermos em suas mãos “instrumentos” na conquista de muitos irmãos.

Padre Luigi Faccenda
Fundador do Instituto
 

Filme "O milagre de Fátima":

 
 
 

Comentários

Postagens mais visitadas