Comentário do Evangelho Segundo São Mateus 27,11-54 (breve)
Domingo de Ramos
“A mãe Igreja propõe-nos este ano o relato da Paixão segundo São Mateus. Mateus segue o relato fundamental que encontramos em Marcos, de forma mais simples. Mateus no relato tradicional acrescenta vários retoques para torná-los mais compreensível para todos os cristãos e assim envolver-se no dramático acontecimento da prisão, da condenação e da morte do Senhor Jesus.”
E por que Mateus faz isso? Porque ele escreve o seu Evangelho para os judeus que esperavam um Messias triunfador, poderoso e um rei superior a todos os soberanos deste mundo. Assim, ele responde com as profecias do Antigo Testamento que anunciam um Messias que sofreria muito, seria perseguido, humilhado e até morto, como vemos no Servo sofredor de Isaias capítulos 42-53. É esta figura do servo sofredor que nos ajuda a compreender os eventos dramáticos que iremos celebrar nesta semana.
Com o Domingo de Ramos abre-se a semana santa. Uma semana antes da morte de Jesus. Nesta semana Jesus sobe para Jerusalém e antes de morrer é aclamado como Rei. Mas rei de quem e como? Jesus é rei da nossa vida, mas não é um rei com poder, com súditos aos seus pés, servindo-o com uma riqueza esbanjadora, e sim um rei solidário, com um espirito generoso, misericordioso. De rico se faz pobre, nascendo em um estabulo (cf. Lc 2,7), de divino se faz homem (cf. Fil. 2,6-7).
Que rei é esse que renuncia todos os “seus poderes”? Nesta experiência Jesus quer mostrar-nos que não é a riqueza de poderes que nos fazem melhores que os outros. Ao contrário, é servindo os mais pobres, os necessitados, os abandonados e principalmente os excluídos que não tem voz nem vez. O reinado de Jesus é um reino de justiça, paz, amor e onde não existe a violência, como vemos nos escritos dos Padres da Igreja no século II:
“Desarmando Pedro, Jesus tirou as armas das mãos de todos os soldados” – Tertuliano.
“Nós cristãos não empunhamos mais a espada, não aprendemos mais a arte da guerra, porque através de Jesus nos tornamos filhos da paz” – Orígenes.
Esse reinado de Jesus foi uma missão recebida pelo Pai. Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho Amado (Jo 3, 16) não para morrer numa cruz. Se pensarmos assim vemos um Deus não misericordioso e sim um Deus carrasco. A cruz foi consequência. Consequência de Jesus realizar a vontade do Pai (Jo 3,17; 6,38). Qual é essa vontade? Que todos sejamos salvos e sejamos filhos de Deus. Esta é a vontade de Deus expressa no seu projeto de amor para cada um de nós. Esse projeto de amor no qual somos chamados a participar e também nos sentirmos filhos seus.
Um exemplo muito claro da vontade do Pai é quando Jesus está no horto das Oliveiras e diz: “Pai que não seja a minha vontade mais a sua” (cf. MT 26,42; MC 14, 36; LC 22,42). Jesus é livre em aceitar ou não o projeto de Deus. Jesus aceita e assume com todas as consequências, até morrer na cruz (cf. MT 27,45-50; MC 15,33-39; LC 23,44-46).
O Papa Francisco, em sua mensagem para o Domingo de Ramos nos provoca a nos compadecer com as pessoas que sofrem neste mundo e a não parar no sofrimento, mas ressuscitar com Cristo.
“E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz! Recordemos a eleição do rei David: Deus escolhe não o mais forte, o mais valoroso, mas o último, o mais novo, aquele que ninguém tinha considerado. O que conta não é a força terrena. Diante de Pilatos, Jesus diz: Eu sou Rei; mas a sua força é à força de Deus, que enfrenta o mal do mundo, o pecado que desfigura o rosto do homem. Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor… Tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade: guerras, violências, conflitos económicos que atingem quem é mais fraco, avidez de dinheiro, de poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o, na sua ressureição.”
Peçamos a intercessão a Maria que nos ajude viver a alegria de caminhar com Jesus nesta Semana Santa, de estar com Ele e contemplar com amor os mistérios que irá passar. E que nos ajude a não parar na Cruz e sim na ressurreição de Cristo.
Maria do Socorro Domingos Ferreira
Missionária da Imaculada-Padre Kolbe
“A mãe Igreja propõe-nos este ano o relato da Paixão segundo São Mateus. Mateus segue o relato fundamental que encontramos em Marcos, de forma mais simples. Mateus no relato tradicional acrescenta vários retoques para torná-los mais compreensível para todos os cristãos e assim envolver-se no dramático acontecimento da prisão, da condenação e da morte do Senhor Jesus.”
E por que Mateus faz isso? Porque ele escreve o seu Evangelho para os judeus que esperavam um Messias triunfador, poderoso e um rei superior a todos os soberanos deste mundo. Assim, ele responde com as profecias do Antigo Testamento que anunciam um Messias que sofreria muito, seria perseguido, humilhado e até morto, como vemos no Servo sofredor de Isaias capítulos 42-53. É esta figura do servo sofredor que nos ajuda a compreender os eventos dramáticos que iremos celebrar nesta semana.
Com o Domingo de Ramos abre-se a semana santa. Uma semana antes da morte de Jesus. Nesta semana Jesus sobe para Jerusalém e antes de morrer é aclamado como Rei. Mas rei de quem e como? Jesus é rei da nossa vida, mas não é um rei com poder, com súditos aos seus pés, servindo-o com uma riqueza esbanjadora, e sim um rei solidário, com um espirito generoso, misericordioso. De rico se faz pobre, nascendo em um estabulo (cf. Lc 2,7), de divino se faz homem (cf. Fil. 2,6-7).
Que rei é esse que renuncia todos os “seus poderes”? Nesta experiência Jesus quer mostrar-nos que não é a riqueza de poderes que nos fazem melhores que os outros. Ao contrário, é servindo os mais pobres, os necessitados, os abandonados e principalmente os excluídos que não tem voz nem vez. O reinado de Jesus é um reino de justiça, paz, amor e onde não existe a violência, como vemos nos escritos dos Padres da Igreja no século II:
“Desarmando Pedro, Jesus tirou as armas das mãos de todos os soldados” – Tertuliano.
“Nós cristãos não empunhamos mais a espada, não aprendemos mais a arte da guerra, porque através de Jesus nos tornamos filhos da paz” – Orígenes.
Esse reinado de Jesus foi uma missão recebida pelo Pai. Deus amou tanto o mundo que enviou o seu Filho Amado (Jo 3, 16) não para morrer numa cruz. Se pensarmos assim vemos um Deus não misericordioso e sim um Deus carrasco. A cruz foi consequência. Consequência de Jesus realizar a vontade do Pai (Jo 3,17; 6,38). Qual é essa vontade? Que todos sejamos salvos e sejamos filhos de Deus. Esta é a vontade de Deus expressa no seu projeto de amor para cada um de nós. Esse projeto de amor no qual somos chamados a participar e também nos sentirmos filhos seus.
Um exemplo muito claro da vontade do Pai é quando Jesus está no horto das Oliveiras e diz: “Pai que não seja a minha vontade mais a sua” (cf. MT 26,42; MC 14, 36; LC 22,42). Jesus é livre em aceitar ou não o projeto de Deus. Jesus aceita e assume com todas as consequências, até morrer na cruz (cf. MT 27,45-50; MC 15,33-39; LC 23,44-46).
O Papa Francisco, em sua mensagem para o Domingo de Ramos nos provoca a nos compadecer com as pessoas que sofrem neste mundo e a não parar no sofrimento, mas ressuscitar com Cristo.
“E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz! Recordemos a eleição do rei David: Deus escolhe não o mais forte, o mais valoroso, mas o último, o mais novo, aquele que ninguém tinha considerado. O que conta não é a força terrena. Diante de Pilatos, Jesus diz: Eu sou Rei; mas a sua força é à força de Deus, que enfrenta o mal do mundo, o pecado que desfigura o rosto do homem. Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor… Tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade: guerras, violências, conflitos económicos que atingem quem é mais fraco, avidez de dinheiro, de poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o, na sua ressureição.”
Peçamos a intercessão a Maria que nos ajude viver a alegria de caminhar com Jesus nesta Semana Santa, de estar com Ele e contemplar com amor os mistérios que irá passar. E que nos ajude a não parar na Cruz e sim na ressurreição de Cristo.
Maria do Socorro Domingos Ferreira
Missionária da Imaculada-Padre Kolbe
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