Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres

"Para que a Quaresma seja um tempo favorável para viver segundo um estilo de vida sóbrio e solidário, confiando na ajuda de Deus." (Intenções de março)

O Papa Francisco disse aos seminaristas, noviços e noviças provenientes de todo o mundo: “Mas eu vos digo, de verdade, me faz mal quando vejo um padre ou uma freira com um carro último tipo: isso não pode! Não pode! Vocês poderão  pensar assim: e agora, Padre, devemos andar de bicicleta? Bicicleta é bom! Monsenhor Alfred anda de bicicleta. Eu acredito que o carro seja necessário, porque é preciso fazer tantos trabalhos e para se locomover daqui para lá... mas, peguem um mais simples! E se você gosta daquele mais bonito, pense em quantas crianças morrem de fome. Somente isto! A alegria não nasce, não provém das coisas que se tem! (Papa Francisco, Discurso aos seminaristas, aos noviços e às noviças, em 6 de julho de 2013). Com relação ao “nosso” Maximiliano, podemos afirmar que a sua pobreza é igual à de São Francisco, quando pensa e vive este conselho evangélico na ótica da plena entrega à Providência de Deus.

O ser pobre é fundamental e nisso os dois santos acreditam, certos de que o Altíssimo abençoará os propósitos que Ele mesmo inspirou. Adaptando-se ao seu pai e fundador, Padre Kolbe quer que os frades morem em edifícios simples e pobres e utilizem tudo que ganham, não para fins pessoais, mas para aqueles que sofrem de vários tipos de pobreza, sobretudo a pobreza espiritual. A Imaculada, com sua presença primorosa e a sua intercessão, permite aos próprios filhos atingir metas apostólicas extraordinárias. Explicamos assim o nascimento e a difusão da Milícia da Imaculada, do Cavaleiro e da Cidade da Imaculada, expressões de apostolado de alto perfil evangélico e de notável expansão, que têm como base a confiança incondicional no Senhor e em Nossa Senhora. É, portanto, a pobreza pessoal, que se persegue de modo mais perfeito e autêntico possível. Os fundos que o Onipotente permite administrar são destinados à difusão da Palavra; o religioso é chamado a um despojamento que indique o seguimento de Cristo pleno e convicto. Maximiliano percebe que precisa ter a Imaculada como objetivo e a pobreza como fundamento: duas preciosidades que Niepokalanów não pode abandonar de jeito nenhum. “Sem tal objetivo, Niepokalanów cessaria de existir, trairia a sua missão. Enquanto que, sem a pobreza e sem confiança na divina Providência, não se pode falar de desenvolvimento, de conquista.” (SK 299).

As grandes obras de Deus nascem e se desenvolvem sob a insígnia do abandono pleno nas Suas mãos. Confiança e pobreza andam passo a passo e são a base da conformação a Cristo pobre e do sucesso apostólico, que assume o estilo da máxima propulsão missionária.

O estilo sóbrio do frade e do mílite tem como objetivo a busca do Reino. A confiança incondicional na ação amorosa e providente de Deus é a linha guia fundamental para caminhar rumo à vida eterna e para testemunhar ao mundo a beleza deste itinerário. É importante, então, limitar ao máximo as exigências pessoais, como moradia, roupas e comida, e concentrar-se sobre a própria missão de modo livre e constante. O que conta é aderir com empenho ao chamado para o apostolado em vista do Reino de Deus.

Se é pobre também quando, para a difusão do Evangelho e do amor à Imaculada, se usam os meios mais potentes, desde que não seja menor a sobriedade pessoal, fruto do dom incondicional da própria vida ao Senhor. É necessário usar os meios de apostolado mais modernos para o anúncio e conservar um estilo de vida humilde e essencial, que garanta fidelidade no seguimento e abandono à Providência e ao projeto de Deus, com a certeza de que não faltará a sua assistência. Padre Kolbe, permanecendo na linha da pobreza desejada por São Francisco e transmitida pela tradição franciscana, contribuiu para uma inovação no modo de praticá-la. A vida do religioso deve ser pobre e sóbria, sempre estendida à procura da presença e da vontade de Deus. Todavia, para pregar o Evangelho e o advento do Reino, precisa dar o máximo, utilizar, se a Providência permite, todos os recursos possíveis para que o anúncio seja eficaz e atual. O estilo do frade menor torna-se marcado pela essencialidade, a dimensão missionária é enriquecida de modo melhor, permitido pelas forças físicas e econômicas da comunidade religiosa. O papel de Maria é verdadeiramente importante para quem quer ser pobre, porque “a Ela pertencem todas as nossas coisas; por isso, uma pobreza perfeita e o uso das coisas somente enquanto são indispensáveis e suficientes para atingir o objetivo” (SK 486). A Imaculada é, portanto, um ponto de referência para quem é chamado a uma vida pobre no seguimento do Senhor. Quando o fiel se consagra a Ela, se deixa guiar também em relação ao uso dos bens.

Para Reflexão

- O desapego dos bens materiais e o anseio por aqueles eternos representam um desafio importante para cada fiel. Como está o meu caminho de sobriedade e de essencialidade?
- A fé me leva a acreditar que Deus realizará grandes coisas em mim, sem que isso esteja ligado às minhas posses. O abandono confiante no Senhor e na Imaculada permite a Kolbe realizar grandes obras, mesmo na absoluta pobreza. O seu exemplo fala ao meu coração?
- Viver sobriamente me permite ser sensível com os pobres: acolho o convite do Pontífice que me exorta a estar atento às necessidades dos irmãos?

Fonte: Milícia da Imaculada Internacional

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