Padre Kolbe, o missionário “em saída”. Uma vida em saída

No centro da nossa reflexão para este outubro missionário está a Mensagem para o dia mundial das missões 2014 do Papa Francisco. Veremos juntos algumas passagens mais evidentes. O Papa nos convida a “sair ao encontro da humanidade... ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo... A Igreja é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu «em saída»... Quero propor um ícone bíblico que encontramos no Evangelho de Lucas (cf. 10, 21-23).

O evangelista conta que o Senhor enviou os 72 discípulos, de dois em dois, às cidades e vilas, para anunciar que o Reino de Deus estava próximo e preparando as pessoas para o encontro com Jesus. Depois de ter cumprido esta missão de anúncio, os discípulos voltaram cheios de alegria: a alegria é um tema dominante nesta primeira e inesquecível experiência missionária. “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus...” (E.G., 1)

Padre Kolbe é um missionário ardente porque é um homem apaixonado por Deus e pelo homem. Considera o apostolado não uma questão de tática organizativa, mas reflexo da riqueza de graça de um coração conquistado por Deus mediante a oferta de si à Imaculada. Ele dirá que “o apostolado é uma obra sublime, muito sublime: é colaboração – se se é lícito expressar-se assim – com o próprio Deus na ação de aperfeiçoar, santificar e fazer os homens felizes” (SK 1071). Com este objetivo dá início à Milícia da Imaculada, Associação eclesial: todos podem fazer parte da mesma: religiosos e leigos.

Assim como a Igreja, a Milícia da Imaculada também nasceu “em saída”.  Chama-se “Milícia” porque aqueles que se consagram à Imaculada... desejam conquistar, o mais rápido possível, o mundo inteiro e cada alma em particular sem nenhuma exceção.

Padre Kolbe é o missionário sempre “em saída” desde os tempos de formação. Há uma saúde frágil, tem tuberculose. Não consegue ficar tranquilo no convento, sente arder a paixão pelo Reino de Deus e quer conquistar o mundo inteiro à Imaculada. Em 1925, em um artigo da sua revista, define o perfil do missionário: “Ele não limita a sua capacidade de amar somente a si mesmo, à sua família, aos parentes, aos amigos, aos concidadãos, mas abraça com o seu coração o mundo inteiro, uma vez que todos foram redimidos pelo sangue de Jesus, sem nenhuma exceção, todos são nossos irmãos... A felicidade de toda a humanidade em Deus através da Imaculada: eis o nosso sonho” (SK 1088).

É o homem do êxodo. Depois de apenas três anos da fundação de Niepokalanòw ele parte em missão porque, como ele mesmo dirá: “o meu olhar é continuamente atraído por novos horizontes” (SK 503) e com quatro frades se aventura em direção ao Oriente. O impulso missionário de Padre Kolbe é inacreditável: os seus confins são o mundo inteiro. O pobre dos pobres deu início à globalização dos pobres. Naturalmente Padre Kolbe não conhece o termo “globalização”, mas de fato o concretiza no sentido que quer chegar a todos para levar a boa notícia.

É atraído por vocações “cada vez mais”, “cada vez melhor” para que a alegria do Evangelho chegue até os confins da terra. A este respeito ele tem uma expressão belíssima: “Não amanhã, nem mesmo esta noite, mas agora. Não pouco, mas tudo. Não somente uma região do mundo, mas o mundo inteiro” porque “quando o fogo do amor se acende não fica limitado ao coração, mas se alastra para fora, incendeia, devora, absorve outros corações, para conduzi-los a Deus por meio da Imaculada” (SK 1325) e “isso o mais rápido possível, o mais rápido possível”.

“O mais rápido possível” é uma expressão que aparece frequentemente no vocabulário missionário de Padre Kolbe. “O mais rápido” e “em saída” para estar dentro dos problemas das pessoas. Para anunciar um Deus apaixonado pelo homem.

Em caminho, sem descanso, até o fim de sua vida quando sai da fila para oferecer a sua vida no lugar de um pai de família. Em saída em direção ao bunker da morte para acompanhar os seus companheiros para morrer com dignidade, cantando os louvores de Deus, rezando e suplicando o perdão para os seus carrascos. Em saída para entrar e imergir-se nos abismos do inferno de Auschwitz. Nos abismos do ódio.

“Morreu um homem e se salvou a humanidade” (João Paulo II em Auschwitz, junho de 1979): exultemos por este testemunho de amor que fez resplandecer a força do Evangelho até mesmo na trevas do mal. Cantemos com Maria o nosso Magnificat em levar a alegria do Evangelho. Nenhuma periferia seja privada da luz. Que todos entrem nesta torrente de alegria!
Angela Sposito
Missionária da Imaculada - Padre Kolbe
Polônia


Todo o dia 14, as Missionárias da Polônia estarão depositando na cela de Padre Kolbe as intenções enviadas para o e-mail: celakolbe@kolbemission.org

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