quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres

Intenção mensal: Para que aprendamos com a Imaculada a nutrir-nos daquela pobreza interior que nos permite acolher cada graça e manifestação de Deus.

Maria ensina com eficiência aos fiéis a colocar-se em uma atitude de humildade e de acolhimento em relação à vontade divina. Para a santificação do homem é fundamental que ele se pergunte o que Deus lhe pede e qual estrada lhe coloca diante do seu caminho. A Virgem demonstra toda esta atenção e torna-se esplêndida testemunha para a humanidade, disponibilizando-se, de modo total e generoso, para o cumprimento dos desejos divinos.

Não esqueçamos que Ela é bendita exatamente porque acreditou no cumprimento da palavra do Altíssimo. Maria acredita em Deus, é disponível à sua voz, confia na sua onipotência. O seu “sim”, o tomar conta de Jesus e de Isabel são frutos da sua entrega a Ele. A escuta da voz do Altíssimo permite a Maria lançar-se na caridade para com Jesus, para com Isabel. Existe uma ligação significativa entre a capacidade da humilde escuta e o agir com amor para com os irmãos. Este é o ensinamento de Maria: amá-la significa imitar o seu modo de acolher e se doar.

Maximiliano Kolbe, em um artigo intitulado o “Eco da Imaculada”, de 24 de dezembro de 1938, assim escreveu: “Já no momento da Anunciação, a Santíssima Trindade, por meio de um anjo, te apresentou de modo claro o seu plano de redenção e havia esperado de ti uma resposta. Naquele momento, te davas conta daquilo a que devias dar o teu consentimento, de que estavas para te tornar mãe! Ei-lo diante de ti, na forma de um recém-nascido. Quais sentimentos de humildade, de amor e de reconhecimento devem ter preenchido naquele momento o teu coração... enquanto admiravas a humildade, o amor e o reconhecimento que o Deus encarnado tinha a teu respeito... Preenche, te peço, também o meu coração da tua humildade, do teu amor, do teu reconhecimento!” (SK 1236).

A atenção de Maria em abraçar a vontade do Altíssimo nasce da sua atitude de humildade, da sua dependência total de Deus, único bem. É importante entender as disposições do Onipotente para poder realizar o seu desígnio com a máxima dedicação. Isto implica uma atitude de notável pobreza interior: aquela que mostra a mãe de Deus em cada circunstância.

De fato, “a pobreza de Maria, que é humildade, vida escondida, existência simples, pertença à humanidade mais comum, em uma aldeia desconhecida. É na sua totalidade, um apelo de graça e de glorificação à magnificência do Senhor. Deus escolhe realidades frágeis deste mundo para fazer resplandecer o Seu poder. Cada capacidade humana é um véu frente à única potência de Deus. Se Deus predestina Maria para tornar-se sua mãe, na encarnação, a quer pobre, humilde e escondida para melhor manifestar o esplendor da Sua graça” (M.Thurian, Maria Madre del Signore immagine della Chiesa, Brescia 1965, 72).

A procura de Deus e da sua vontade, para a Virgem, não acontece somente no tempo da Anunciação. Ela renova esta atitude de escuta também em outros eventos importantes da vinda terrena do Senhor, como o nascimento pobre, a fuga para o Egito, o encontro do menino Jesus entre os doutores do templo, a sua morte no Calvário. Em cada circunstância, a Imaculada aparece como modelo luminoso para aqueles que desejam dirigir-se ao Senhor com maior disponibilidade de coração.

A Imaculada demonstra a sua humildade também em associar-se perfeitamente à kenosi do Filho. Ela nos ensina a transformar os nossos momentos de cruz em tempos de união com a pessoa do Crucificado, com a qual desejamos ser profundamente ligados. Eis as palavras proféticas e significativas de Paulo VI: “Maria é, enfim, a Virgem oferente”. No episódio da apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2,22-35), a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, descobriu, além do cumprimento das leis com respeito à oblação do primogênito (cf. Ex 13,11-16) e à purificação da mãe (cf. Lv 12,68), um mistério "salvífico" relativo à história da Salvação, precisamente: Em tal mistério realçou a continuidade da oferta fundamental que o Verbo encarnado fez ao Pai ao entrar no mundo (cf. Hb 10,5-7); viu nele proclamada a universalidade da Salvação, porque Simeão, ao saudar no menino a luz para iluminar as nações e a glória de Israel (cf. Lc 2,32), reconhecia nele o Messias, o Salvador de todos; entendeu aí uma referência profética à Paixão de Cristo: que as palavras de Simeão, as quais uniam numa única profecia o Filho, "sinal de contradição" (Lc 2,34), e a mãe, a quem a espada haveria de transpassar a alma (cf. Lc 2,35), verificaram-se no Calvário. Mistério de Salvação, portanto, que nos seus vários aspectos orienta o episódio da Apresentação no Templo para o acontecimento "salvífico" da Cruz (Paulo VI, Marialis Cultus, 20)

Para Reflexão:

- Reflito sobre a minha capacidade de acolher o projeto de Deus. Ela é fundamentada sobre a humildade e sobre a escuta, como ensina a Imaculada?
- A humildade me incita a depender em tudo de Deus, numa atitude de silêncio, escuta e adoração?
- Tenho humildade suficiente para transformar os momentos de prova em tempos de graça e de bênção?
- Acolho os momentos de fadiga e de humilhação com a certeza de que eles fazem parte integrante do meu caminho de santificação? Olho para Maria quando estou sofrendo?

Fonte: Milícia da Imaculada Internacional

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Páscoa interior

Santos Marcelino e Pedro, do início do século IV.       (© Pontificia commisionedi archeologia sacra) / Vatican News   Ressuscitar interiorm...