Dom de Deus - Vida doada - Santo dos tempos difíceis

VIGÍLIA DE ORAÇÃO
em preparação à festa de São Maximiliano Kolbe

Ambiente: quadro ou imagem de São Maximiliano e uma vela.

Para o momento de oração: papéis e canetas distribuídos entre os presentes. Aparelho de música, faixas musicais instrumentais.

1° Momento: Uma tigela com água.

2° Momento: Foto com mãos estendidas.

3° Momento: Desenho de pegadas.

Introdução:

Após ter realizado a novena em preparação a este dia, que nos encontrou sentados no chão frio e úmido, ou encostados nas paredes riscadas do bunker do ódio ou se preferimos na cela do amor, fazendo uma viagem na vida espiritual e apostólica de São Maximiliano Kolbe, até chegar a este dia, seus últimos momentos de vida física e ao mesmo tempo o começo da vida eterna, da vida doada e espalhada em cada canto do mundo, por causa de suas cinzas espalhadas no vento, cinzas que se tornaram vida no coração de cada um de nós, no coração de todos aqueles que partilham o carisma de São Maximiliano.  

No hoje da história, neste ano de 2020, marcado pela Covid-19, ressoam no nosso coração estas palavras, só o amor constrói, só o amor dá vida, a vida de Deus. E podemos nos perguntar: O que teria feito Maximiliano Kolbe, neste momento?

Certamente arregaçaria as mangas, e trabalharia. Com a certeza que ele nos acompanha na caminhada iniciemos...

Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Invoquemos cantando o Espírito Santo, para que nos ilumine e possamos viver este momento de encontro com o Senhor guiados por ele.

CANTO AO ESPÍRITO SANTO

A. Vinde, ó Deus, em nosso auxilio.

- Socorrei-nos e salvai-nos.

A. Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito.

- Glória à Trindade, glória ao Deus bendito.

1° Momento

EM ORAÇÃO COM MAXIMILIANO KOLBE, DOM DE DEUS

A. Maximiliano Kolbe no bunker da fome rezava, cantava, louvava a Deus e a Imaculada, nos disse o testemunho de Bruno Burgowiec[1]:

L.1. “... da cela onde se encontravam aquelas pobres almas e das celas vizinhas, vinha o som da recitação de orações, do terço e de hinos, Maximiliano começava e os outros respondiam em grupo. Quando essas orações e hinos fervorosos ressoavam em todos os cantos do bunker, eu tinha a impressão de estar numa igreja”.  

E acrescenta no seu testemunho: “... pode-se dizer que a presença de Padre Kolbe no bunker era necessária para os outros, a ideia de não voltar para casa, nem ver a família deixava-os exaltados e gritavam e amaldiçoavam... ele os acalmou...

A. Maximiliano os ajuda a se acalmar, se preparar para o momento definitivo, ensina e exorta ao perdão.

Num instante de silêncio, deixemo-nos acalmar, ensinar pela presença do nosso santo…, também nós certamente neste tempo de pandemia, percebemos no coração de sentir nos perdoados e perdoar.

Silêncio

A. Nos papéis que recebemos podemos escrever as faltas que neste tempo nos impediram de viver a nossa entrega com coerência. Colocamos na água, onde serão dissolvidos...

Gesto simbólico: Fundo musical.

A. Neste desejo que expressamos com um gesto simbólico agora o apresentamos ao Senhor pedindo a Ele de nos dar a força para realizá-lo através da intercessão de Padre Kolbe, rezando as

Ladainhas de São Maximiliano

A. São Maximiliano, eleito por Deus,

T. Rogai por nós!

A. São Maximiliano, dom de Deus,

T. Rogai por nós!

A. São Maximiliano, Homem feito dom pelos outros,

T. Rogai por nós!

Oremos

A. Pai Celeste te pedimos que este momento de encontro contigo fortaleça nossa fé, esperança e caridade, para te servir sempre melhor em cada um dos irmãos que a cada dia entram em contato conosco. Por Cristo Senhor nosso.

T. Amém.

CANTO A SÃO MAXIMILIANO

2° Momento

COM MAXIMILIANO APRENDEMOS A ACOLHER E DOAR

 A. São Maximiliano Kolbe se torna acolhida para aqueles que vão morrer, os recebe em seu coração preenchido pela maternidade de Maria, que faz dele um homem bondoso, atento e delicado em gestos de acolhida.

Nele a maternidade e a paternidade se tornam uma coisa só, é a caridade vivida no cotidiano, com gestos concretos aos seus irmãos e depois para outras pessoas.

L. Numa palestra no dia 30 de agosto de 1937 dizia: “Aqueles que renunciam à própria família por causa de Deus, se tornam mães espirituais de tantas almas, e muitas vezes sem conhecê-las pessoalmente. É uma das coisas mais sublimes, sacrificar o amor por uma só pessoa, por uma família própria, pela alegria de uma própria família, para chegar a ser mãe de incontáveis almas”[2].

E esta atitude caracterizou sempre o comportamento de Kolbe, todos os seus companheiros religiosos tiveram a oportunidade de um modo ou de outro de tirar benefícios disso e ele foi consciente disso, como podemos ver nesta carta:

L. “Por amor à Imaculada renunciei a uma família e a filhos carnais; e a Imaculada que não se deixa vencer em generosidade, concede-me muitos filhos, vocês que entregaram suas vidas e eternidade nas mãos dela, tornaram-se meus filhos espirituais. E, podem acreditar: Ela tem concedido uma ternura e um amor por vocês, seja no Japão assim como na Polônia, e que se parece muito com o amor e a ternura que uma mãe tem pelo seu filho. Como vocês podem ver, eu não poderia me chamar de “pai espiritual”, se não me preocupasse de vossa alma”[3]. (EK I, pag. 523)

Essas atitudes se estenderam ao campo de concentração, ele nos ensina que em tempos de ódio e guerra acolher o outro é um dom, neste tempo de pandemia somos chamados a acolher o outro, a nos tornar mãe e pai de tantos irmãos que passam pelo sofrimento que a doença traz em si, ou pela perda de um ser querido para a doença. A nossa proximidade com as pessoas se faz através da oração e do sacrifício.

Que sacrifício estamos fazendo?

Silêncio e reflexão

A. Como sinal de acolhida, escrevemos em outro papel os nomes das pessoas que conhecemos que adoeceram e morreram por causa da COVID-19, ou por violência doméstica..., e colamos no cartaz com as mãos estendidas.

Gesto simbólico: Fundo musical.

Ladainhas de São Maximiliano

A. São Maximiliano, exemplo luminoso de humildade e docilidade,

T. Rogai por nós!

A. São Maximiliano, Testemunha do amor a Deus e ao próximo,

T. Rogai por nós!

A. São Maximiliano, Defensor da dignidade humana,

T. Rogai por nós!

Oremos

A. Concedei-nos Pai eterno, um coração imenso como o oceano e aberto como os prados dos pampas, para acolher a todos com um coração materno, no lugar onde estamos. Por Cristo, Senhor nosso.

T. Amém.

CANTO

3° Momento

SANTO DOS TEMPOS DIFÍCEIS

A. Após a morte de Kolbe, muitos deram depoimentos sobre ele.

Jorge Bielecki, um dos tantos dá seu testemunho[4].

L.1. “São Maximiliano nunca foi condenado: sua morte foi um fato sobrenatural. Ele é o homem que insistiu em repetir que ‘Somente o amor constrói’, ele não queria derrotar os nazistas, mas triunfar sobre eles com amor. Ele entrou neste mundo de confronto cruel como uma luz que brilha e traz a mensagem: ‘Você é o guardião do seu irmão’.

De todo o seu coração, ele ofereceu a Deus seu sofrimento; ele orou sem medo, confessou e, com suas poucas forças humanas, entregou-se totalmente a si mesmo, a fim de transformar os habitantes de Auschwitz de animais em irmãos.

Para todos, sua morte foi um choque enorme. Percebemos que, naquela escura noite espiritual da alma, alguém entre nós elevou a medida do amor ao pico mais alto”.

A. Façamos memória daquilo que escreveu na solidão do sanatório de Zakopane:

L.2. “Imaginem como seremos felizes no leito de morte, quando pudermos afirmar com toda a sinceridade: ‘Ó Imaculada, por tua misericórdia consagrei a ti toda a minha vida, por ti trabalhei, por ti sofri, e agora morro por Ti. Eu sou teu!!!...’. Quanta paz, quanta alegria serena nos encherá o coração na esperança de vê-la logo. E como haverá de ser o encontro no Paraíso?” (EK 149)

L.3. “Que imenso sentimento de reconhecimento encherá o coração de cada um de nós quando, depois da morte, pudermos vê-La, a Ela, a Imaculada, que, sem nenhum merecimento de nossa parte, se dignou chamar-nos para trabalhar para Ela de um modo tão sublime.” (EK 134)

Silêncio e reflexão

A. A sua morte gerou frutos, e cada um de nós é testemunha disso, ao pensarmos em nossa vocação à vida, ao carisma espalhado através das suas cinzas que voaram pelo mundo todo e chegou até o nosso coração, mas não permanece parado, somos também cada um de nós, chamados a espalhar esse carisma.

Neste momento, alguns de nós ainda estamos vivendo o tempo de pandemia... outros já estamos vivendo o cotidiano das nossas vidas... é sempre bom nos deixar iluminar com as palavras do Papa Francisco[5]:

L.1. A nossa vida após a pandemia não pode ser uma réplica do que se passou antes, independentemente de quem costumava se beneficiar de forma desproporcionada. «E usemos de misericórdia para com os mais frágeis: só assim reconstruiremos um mundo novo».

L.2. Junto com a visão, empenho e ação, o Papa Francisco demonstrou como a oração é fundamental para reorientar o nosso olhar na esperança, especialmente quando a esperança se torna tênue e luta para sobreviver.

«Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras».

A. Cada um de nós pode recolher uma das pegadas, simbolizando assim, os novos passos que somos chamados a dar, pelas novas estradas que Deus nos propõe neste 2020.

Gesto concreto: Fundo musical.

Ladainhas de São Maximiliano

A. São Maximiliano, profeta e sinal da civilização do amor,

T. Rogai por nós!

A. São Maximiliano, patrono do nosso difícil tempo,

T. Rogai por nós!

A. São Maximiliano, consagrado sem limites à Imaculada,

T. Rogai por nós!

Oremos

A. Ó Deus, Pai de misericórdia, em S. Maximiliano Kolbe o vosso espirito reproduziu de modo admirável os traços do rosto de Cristo, vosso Filho, tornando-se eloquente testemunha do Evangelho no nosso tempo. Por sua intercessão, concedei-nos que na escola de Maria, também nós possamos aprender a viver cada dia segundo o espirito das bem-aventuranças, para colaborar na edificação da nova civilização do amor no mundo. Por Cristo, nosso Senhor.

T. Amém.

CANTO A MARIA

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[1] Patrícia Trecce – Maximiliano Kolbe: O santo de Auschwitz.

[2] Subsídio para animadores. M.I.P.K. Argentina 2008.

[3] Idem.

[4] Idem. Se puede buscar en castellano del libro “En dialogo con el Padre Kolbe”, del P. Luis M. Faccenda, pag. 104, o del libro “Juan Pablo II y San Maximiliano Kolbe”, Sermones y Mensajes recopilados y traducidos por Fray Contardo Miglioranza, pag. 184.

[5] Trecho do livro: Papa Francisco Vida após a pandemia. Libreria Editrice Vaticana. 2020.