Porciúncula: uma pequena porção deste mundo


Diz Frei Tomás de Celano, ao escrever a biografia de seu companheiro e amigo Frei Francisco: “O servo de Deus Francisco, pequeno de estatura, humilde de espírito e menor por profissão, escolheu para si e para os seus uma pequenina porção deste mundo, enquanto neste século tinha de viver, pois, de outro modo não poderia servir a Cristo sem ter alguma coisa do mundo. Então não deve ter sido sem a presciência do oráculo divino que, desde os tempos antigos, foi chamado de Porciúncula o lugar que devia cair por sorte para aqueles que não queriam ter absolutamente nada do mundo. Naquele lugar, também, tinha sido construída uma igreja da Virgem Mãe, que por humildade singular, mereceu ser cabeça de todos os santos, logo depois de seu Filho”.

A experiência de São Francisco nos desperta para uma necessidade vital: escolher um lugar neste mundo, enquanto temos que viver, para podermos servir a Cristo. Um lugar que seja para nós, um espaço de encontro com Deus, conosco mesmo, com o mundo. Um lugar que seja para nós a matriz daquilo que “apaixonadamente buscamos”: Deus mesmo. Sua presença. Um lugar no qual sintamos na nossa pele, a força e a alegria de Cristo que nos impulsiona a sair de nós mesmos ao encontro do outro, nosso irmão. Um lugar que não pode ser retirado de nós, porque está primeiramente dentro do nosso interior. É a pequenina porção da nossa humilde existência! Sim! A única coisa que o santo de Assis escolheu foi um lugar... E este foi fonte de vida para toda sua família e para a humanidade. Um lugar dedicado a uma pessoa que ele amou profundamente e que lhe ensinou a fidelidade ao Senhor: a Virgem Maria. Que neste dia, Ela mesma nos conceda a graça de escolher um lugar para permanecermos com o seu Filho.

Rosana Coelho - Missionária da Imaculada Padre Kolbe

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