Pedir a santidade - Parte I
Eis a força de Padre Kolbe, a oração. A sua capacidade de
intercessão se baseia, sem dúvida alguma, como no caso de Maria, na sua amizade
com Deus e na sua intensa participação no sacrifício
de Cristo. Mas o “motor” que anima e move a sua capacidade de interceder é, com
toda a certeza, a oração, pois Padre Kolbe foi um homem imerso na oração.
Foi o seu intenso e constante relacionamento com Deus que
lhe permitiu manter o equilíbrio entre as numerosas atividades e os exigentes
empenhos de sua vida. A oração mantinha o seu coração aberto às necessidades
dos irmãos e da humanidade. A oração sempre foi nascente à qual ele recorreria
para alimentar as suas energias apostólicas. A oração o sustentou no campo de
concentração, fazendo dele um mártir da caridade e um luminoso exemplo de
esperança, que rompeu as trevas do bunker da morte.
Terminada a sua vida terrena, Padre Kolbe não cessou de
“trabalhar”, mas como costumava afirmar: enquanto, na terra, devia segurar na
mão da Imaculada para pedir a sua ajuda, agora, no céu, pode trabalhar com
ambas as mãos. Portanto, é nosso grande intercessor junto ao trono de Deus.
Pareço ver Padre Kolbe todo atento cuidando da Milícia da
Imaculada, vejo-o levando nossos pedidos a Deus Pai, através de Maria, que ele
sempre venerou como medianeira de todas as graças.
A escritura sugere discernir bem aquilo que devemos pedir,
porque muitas vezes não sabemos nem mesmo o que é conveniente pedir (cf. Rom
8,24). Por causa dessa incapacidade de saber o que é melhor para nós, às vezes
pedimos coisas sem importância, sem necessidade ou até mesmo nocivas. Por isso,
a graça mais importante a pedir é a santidade.
Pedir a santidade
Uma santidade entremeada com aquelas virtudes que admiramos
em São Maximiliano: profunda consciência dos próprios pecados, unida a um
grande desejo de conversão, para entrar na intimidade da vida trinitária; um
amor terno e eficaz a Maria Imaculada, pelo qual nos doamos a Ela através da
consagração, para ser instrumento de salvação para a humanidade; uma serena
humildade que nos torna plenamente obedientes à vontade de Deus; uma caridade a
toda prova para com os irmãos, que nos torna pacientes, benignos, que nos faz
superar a inveja, o ciúme, as antipatias, o egoísmo e que nos torna capazes de
perdoar sempre, de compreender tudo, de esperar contra toda desesperança (cf.
1Cor 13).
Peçamos a Deus, pela intercessão de São Maximiliano o dom de
uma verdadeira santidade. E, junto com a santidade, peçamos também o dom da
oração que sustenta e alimenta o nosso empenho de santidade.
Padre Faccenda
Fundador do Instituto
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