Dimensão cultual: Oração
Além da vida litúrgica (santa missa e liturgia das horas), assumem particular importância as várias formas de Oração: meditação, exercícios de piedade, revisão de vida, exercícios espirituais.
Oração.
Sem oração o homem não chega à verdade nem descobre seu nome. Nossa existência é dom. Somos chamados pela palavra criadora de Deus e esta palavra é um convite para vivermos conscientemente em sua presença. Não podemos encontrar nossa identidade a não ser voltando-nos para Deus, que é origem e fim da nossa vida.
O que é a oração então?
As três notas indispensáveiscom que se caracteriza a realidade da oração são: a fé no Deus pessoal, vivo; a fé na sua presença real; o diálogo entre o homem e Deus.
a) Fé no Deus pessoal.
Não se fala de ideia, de coisa ou de força impessoal. Quem faz a experiência da oração sabe que se encontra diante da sabedoria suprema, que o conhece. Não basta a fé no significado da vida ou numa pessoa humana, mas é necessária a fé em Deus, no Amor.
b) Fé na presença real de Deus.
Quem faz oração tem fé na presença real e ativa de Deus, que se revela e que nos convida a que lhe respondamos: a fé vive de oração. No momento em que cremos realmente, expressamo-nos por meio da oração; e no ponto em que cessa a oração cessa também a fé viva.
c) Confiança em que o Deus que nos falou há de escutar a nossa oração.
A oração supõe, portanto, a relação tu-eu e eu-tu. A fé que dá força à oração pode ser condensada da seguinte forma: “Tu és e eu sou graças a ti e tu me convidas a viver contigo”.
Onde se faz oração com fé viva, aí está a presença do Espírito de Deus.
O cristão que reza sabe o que é a vida eterna: conhecer a Deus como Pai do Senhor Jesus, conhecer Cristo como verdadeiroDeus e verdadeiro homem, mediador entre nós e o Pai, e crer no Espírito Santo que ora em nós.
Abbá, Pai!
Todas as orações de todos os tempos alcançam seu ápice em Cristo, que chama o Deus onipotente de “Pai” de forma única: “Abbá , Pai!”; com este nome Jesus nos convida e nos ensina a nos dirigirmos a Deus. O ressuscitado diz a Maria Madalena: “Subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus!” (Jo 20,17). Não cremos apenas no Deus pessoal, criador, onipotente, mas nós o amamos e o adoramos como Pai, nosso e do Senhor Jesus. Isso nos dá uma confiança única.
Cristo tornou o Pai visível. Mas nossa oração não poderá unir-se à sua quando invoca o Pai, se nós não nos unimos também ao amor que ele manifestou por todos os homens.
Oração em Cristo e a Cristo.
Em Cristo o Pai está mais perto de nós e manifesta-se como “Deus conosco”. Somente em Cristo podemos atrever-nos a dizer “Pai nosso”. É Cristo que nos mostra o valor do orar com confiança; com Ele aprendemos a adorar a Deus em espirito e em verdade, e esta adoração só tem valor enquanto se une à sua e é oferecida em seu nome.
Na liturgia, nossa oração costuma dirigir-se ao Pai por meio de Cristo. Ele, verdadeiro homem, assume nossas orações e lhes dá o valor da sua. Mas Jesus é também verdadeiro Deus; por isso nossa oração litúrgica comunitária e pessoal, pode dirigir-se diretamente a Ele.
Creio no Espírito Santo
A oração cristã expressa a fé viva na Trindade. Cremos no Espírito Santo, doador de vida e que é adorado juntamente com o Pai e com o Filho. Podemos adorar a Deus em espirito e em verdade justamente porque somos filhos de Deus guiados pelo Espírito.
“Com efeito, não recebestes espirito de escravos, para recair no temor, mas recebestes espírito de filhos adotivos, pelo qual clamamos: Abbá, Pai! O próprio espírito se une ao nosso espírito para testemunhar que somos filhos de Deus” (Rm 8,15-16).
É o Espírito Santo que nos dá a sabedoria e o gôsto pela oração correta. Torna-nos vigilantes na espera do Senhor e atentos aos sinais dos tempos, que são os sinais da presença de Deus. E assim torna-se possível, graças ao Espírito, a oração, que é integração entre fé e vida.
Marina Melis
Diretora local
Oração de reflexão diária "Rezar o meu dia": https://www.youtube.com/watch?v=5LnelCWD1ro
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